quinta-feira, 28 de março de 2013

Bom dia Vida!



Nossa, quanto tempo! Acabo de dar aquela espreguiçada poética depois de tanto tempo revivendo um mesmo pesadelo. Pois é, acordei.... acordei e vim correndo ao encontro do meu pequeno refúgio, o Taverna. Pensei em recomeçar a escrever de tantas maneiras diferentes, pensei até mesmo em deletar meu blog. Sei lá... vendo os últimos posts encontrei tanta coisa deprê, que cheguei a pensar que o simples fato de apagar todas essas palavras, letras e pensamentos sem sentido concreto, apagaria também os maus momentos que os acompanharam.

Foi como se eu estivesse naufragando aos poucos neste mar chamado Vida e tivesse um barco salva-vidas ao lado... porém só enxergava o mar e somente sentia as ondas gigantes que cada vez mais me arrastavam para o fundo. Triste... mas é verdade. Hoje sinto que em algum momento eu desisti de mim, e isso é o que mais dói ao lembrar. A intensidade com que sinto exatamente cada emoção, não raro, é algo que me atordoa demais. Principalmente as emoções negativas...

Acontece, porém, que escolhi viver. Escolhi deixar o blog no lugar onde estava mesmo e, sobretudo, escolhi assumir novamente o controle da minha vida e deixar de ser vítima. Vítima dos momentos, das emoções, da minha mente que me prega peças, vez ou outra.

Aconteceu muita coisa boa nesse período que estive ausente. Porém, o maior presente que recebi da Fabyola que resolvera despertar foi um alto grau de maturidade.

Caberia bem aqui uma paráfrase de uma música dos Engenheiros: “Amadureci 10 anos ou mais nesses últimos meses...”

Voltar a escrever foi através de um estímulo legal. Um dia desse, uma pessoa querida a quem tive coragem de apresentar esse blog obscuro (rs!) me perguntou: “Você também escreve os momentos bons, ou apenas os ruins?” – putz!- pergunta simples, mas levei um tempo pensando para responder. Foi como se um botão de “start” houvesse sido ativado dentro de mim e com isso eu percebi que sim, eu apenas escrevia em maus momentos e situações. Tanta conquista e coisa boa acontecendo paralelamente e não havia sequer uma palavrinha ou vírgula! Eu havia me focado apenas nos problemas e dificuldades, complicado a minha vida mais do que ela precisava ser complicada...

Mas por quê?

Segundo Freud, a natureza humana é composta por um dualismo básico: Eros, o princípio do prazer, e Thanatos o instinto da morte. O fato é que morremos, portanto o instinto da morte é real. A chave para o equilíbrio, logo, seria se deixar reger-se por Eros, com Thanatos mantido devidamente em seu lugar, obtendo-se assim o prazer em estar vivo. E, acreditem, busquei esse equilíbrio em um lugar tão íntimo de mim, que hoje consigo administrar muito melhor as minhas emoções e instintos básicos. Rolou um lance de meditação também, mas isso eu escrevo outra hora.

Quando disse a esse amigo a intenção de deletar o blog e talvez fazer outro só com o meus poemas ou crônicas, ele propôs uma reflexão interessante. Hoje, eu vivenciava outro momento. Hoje, a minha realidade estava diferente, e , sobretudo, o meu ângulo de visão em relação aos problemas também mudou.

Hoje vivencio um momento real, o qual denomino de PAZ.

É como se em algum momento alguma força superior me consertasse, ajustasse um parafuso aqui solto e me deixasse viver novamente. E desta vez focando na solução ao invés dos problemas.

A minha vida faz sentido. E muito!

Comecei a me admirar novamente e – MEU DEUS! – como sou bela! Lembro uma vez em que vi de relance o meu reflexo em um espelho e me assustei. Eu estava feia, completamente. Meu interior se sobrepunha ao meu exterior e claramente meu reflexo foi um desastre.

A experiência que vivencio hoje está sendo fantástica. Tenho capacidade de me olhar e – Sim – me admirar muito. Sou linda, inteligente e meu sorriso hoje reflete algo bom.

Saí do sono, ou coma profundo em que estava, e hoje tenho prazer em dizer todas as manhãs:

 “Bom dia Vida, seja bem vinda!”

Fabyola Gleyce