terça-feira, 26 de outubro de 2010

Aos brasileiros que veêm e não veêm o governo com racismo.

Do período republicano para cá, o Brasil foi como um altar. Os brasileiros se colocavam à frente do Brasil e perguntavam: “Por que o Brasil do futuro não acontece?”. O sonho de um Brasil do tamanho de seu nome passava anos a fio e não acontecia.
Para uma camada da sociedade brasileira, o sonho aconteceu em abundância, e para outra, às vezes nem sonhava.
Fisicamente falando, o Brasil eram dois brasis, um sofisticado sem identidade, e outro, com identidade sem ideal.
O segundo Brasil, elegeu Luiz Inácio da Silva como uma insurgência, um desafio à um sistema histórico que mantinha o privilégio do ócio.
Muitos brasileiros que sonhavam, jogaram a bandeira do PT no chão, e muitos, jogaram também no chão o significado daquela bandeira.
O significado daquela bandeira, emergiu no segundo Brasil, dos brasileiros que perguntavam por que o Brasil do futuro não acontecia, decidindo fazer acontecer.
A Dilma se faz representante de um Brasil e o Serra de outro Brasil.
A Dilma tem projeto de governo, o Serra projeto de poder.
A Dilma representa Estado forte, como instituto financiador do desenvolvimento da nação
O Serra representa um Estado frágil, gerenciado para o desenvolvimento do capital.

O “país do futuro” só será o país do futuro quando seu destino tiver identidade.
Quando o Brasil identificado com valores profundos o levarem adiante.
Fico analisando as diversas mídias, como esta que citarei com prazer: Revista Veja. Revista esta que se fez de panfleto político contra a Dilma ao invés de se preocupar com o que realmente importa: conteúdo. O saco de merda, digo, a revista Veja, se apresenta como representante ativo da extrema direita. Cito esta, pois se eu citasse as outras mídias vendidas ao PSDB este texto não teria fim nunca. Infelizmente a Dilma não é o Lula, mas sim uma classe que teve seus erros como os escândalos do mensalão. Aliás, já virou clichê dizer isto. A Dilma representa o PT em si, e é só olhar em volta e ver a quantidade de projetos.
Para quem não entende nada de política ou não se preocupa com o futuro do país, lembre-se apenas do governo de Fernando Henrique Cardoso. O que tivemos de evolução? Queda da inflação? Obrigação, não projeto de lei.
O que me deixa puta de raiva com estes brasileiros leigos e que procuram ser “joões ninguém” nesta política, é que pelo menos 70% dos eleitores que dizem anular o voto ou votar no Serra, não tem a menor idéia do que estão fazendo. São pessoas que não tem tanto acesso à informações, ou se tem, não às compreendem. Gente acorda! Os maiores intelectuais estão com a Dilma.
Votar no Serra, é fazer o país retroceder à extrema direita que já foi um dia, uma vez que os projetos deste igualam-se aos projetos direitistas. Quem quiser que pesquise no Google depois o significado de “direita e esquerda”. Não estou aqui para ficar dando aula de história, afinal sou engenheira ora bolas!
Votar na Dilma é dar continuidade ao poder que, sim, vem do povo. Tantas críticas sem embasamento persistente e forte que me fazem rir.
Rir sim da cara do PSDB que agora se apresenta tão escancarado (para não dizer desesperado) com o slogan “Sou Marina e estou com Serra”. Até um minuto atrás a Marina não estava neutra? Bando de oportunistas safados. E digo mais: pesquise a história da Marina e verão que ela tem ideologias petistas.
Votar na Dilma significa votar no progresso, no futuro firme e sólido. O Brasil está a beira de se tornar país de primeiro mundo. Se o Lula é visto como um rei no exterior, por que aqui no Brasil tem pessoas que insistem em querer retroceder o país? Turma que nunca pesquisou a história brasileira, só pode.
Turma que quer a privatização de empresas como a pré-sal e a Petrobrás, que escapou por pouco de ser privatizada.
Então “companheiros e companheiras” sejamos coerentes e não deixemos o país voltar para a mão dos que só pensam em uma palavra: o poder.

Enfim, esta é minha contribuição para esta eleição: conhecimento.

Fabyola Gleyce

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Lula ataca tucanos por 'xaveco no ouvido do povo'

No mais duro ataque aos adversários nesse segundo turno, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou ontem à noite os tucanos de terem 'bico grande' e disse que o candidato do PSDB ao governo de Goiás, Marconi Perillo, não tem caráter. Em comício na periferia de Goiânia, Lula disse ainda que muitas afirmações de integrantes do PSDB não passam de 'xaveco' no ouvido do povo.

Principal cabo eleitoral da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, Lula fez o comentário sobre Perillo - a quem acusou de ter desviado R$ 1 bilhão da Companhia Energética de Goiás (Celg), mas acabou generalizando a crítica. 'Os tucanos têm bico grande. São espertos. Têm bico bonito e lábia bonita, mas é só xaveco', comparou o presidente.

Ao lado de Dilma e do candidato do PMDB ao governo goiano, Iris Rezende, Lula disse que caráter se aprende conversando com a mãe. 'Não há nada pior do que um político sem caráter', disse ele, aplaudido pela plateia. 'Não tem nada pior do que alguém que não colocou um trilho na ferrovia Norte-Sul dizer que eles fizeram a Norte-Sul'. Era mais uma referência a Perillo, a quem acusou de fazer uma 'campanha bilionária'.

Depois, virando-se para Íris Rezende, provocou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). 'Íris, você podia pegar o nosso adversário e pedir para ele dizer quanto é o que o presidente dele, o tucano com bico grande, investiu no Estado de Goiás e quanto eu investi, mesmo sendo tucano.'

Sempre demonstrando contrariedade com o PSDB, Lula voltou a provocar os tucanos. 'A gente não pode fazer política com ódio, com agressão, mas ninguém aguenta mentira', insistiu.

O comício, no Jardim Curitiba, bairro pobre de Goiânia, foi marcado por saudações religiosas. Dilma, logo no início, disse que queria cumprimentar 'padres e pastores'. O discurso da petista também foi pontuado por afago aos cristãos e citações a Deus. 'Somos a favor da vida',afirmou ela. 'No Brasil, árabes e judeus sempre se juntam à mesma mesa e não guerreiam. Católicos, evangélicos, espíritas, pessoas de todas as crenças convivem de forma fraterna nas mesmas escolas. Não podemos deixar que nos transformem num país cheio de ódio', pediu Dilma.

No comício, o empresário Vanderlan Cardoso (PR), candidato derrotado ao governo de Goiás, criticou o uso político da religião na campanha. Evangélico, Cardoso saudou Dilma e Lula dizendo 'a eles toda a honra e toda a glória', conclamando o público a esclarecer as 'mentiras' contadas contra a petista. 'A gente está vendo no País uma onda criminosa', afirmou ele.

A equipe de Dilma aproveitou o comício para tentar desfazer o que chamou de 'onda de boatos' contra Dilma entre os cristãos. No papel de locutor, o coordenador de internet da campanha, Marcelo Branco, responsabilizou os tucanos pela disseminação de 'fofocas' contra a petista. 'Agora estão mentindo até em telefonemas', comentou, ao conclamar o público a 'espalhar a verdade' pela internet.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Manifesto em Defesa da Educação Pública

Nós, professores universitários, consideramos um retrocesso as propostas e os métodos políticos da candidatura Serra. Seu histórico como governante preocupa todos que acreditam que os rumos do sistema educacional e a defesa de princípios democráticos são vitais ao futuro do país.
Sob seu governo, a Universidade de São Paulo foi invadida por policiais armados com metralhadoras, atirando bombas de gás lacrimogêneo. Em seu primeiro ato como governador, assinou decretos que revogavam a relativa autonomia financeira e administrativa das Universidades estaduais paulistas. Os salários dos professores da USP, Unicamp e Unesp vêm sendo sistematicamente achatados, mesmo com os recordes na arrecadação de impostos. Numa inversão da situação vigente nas últimas décadas, eles se encontram hoje em patamares menores que a remuneração dos docentes das Universidades federais.
Esse “choque de gestão” é ainda mais drástico no âmbito do ensino fundamental e médio, convergindo para uma política de sucateamento da Rede Pública. São Paulo foi o único Estado que não apresentou, desde 2007, crescimento no exame do Ideb, índice que avalia o aprendizado desses dois níveis educacionais.
Os salários da Rede Pública no Estado mais rico da federação são menores que os de Tocantins, Roraima, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Espírito Santo, Acre, entre outros. Somada aos contratos precários e às condições aviltantes de trabalho, a baixa remuneração tende a expelir desse sistema educacional os professores qualificados e a desestimular quem decide se manter na Rede Pública. Diante das reivindicações por melhores condições de trabalho, Serra costuma afirmar que não passam de manifestação de interesses corporativos e sindicais, de “tró-ló-ló” de grupos políticos que querem desestabilizá-lo. Assim, além de evitar a discussão acerca do conteúdo das reivindicações, desqualifica movimentos organizados da sociedade civil, quando não os recebe com cassetetes.
Serra escolheu como Secretário da Educação Paulo Renato, ministro nos oito anos do governo FHC. Neste período, nenhuma Escola Técnica Federal foi construída e as existentes arruinaram-se. As universidades públicas federais foram sucateadas ao ponto em que faltou dinheiro até mesmo para pagar as contas de luz, como foi o caso na UFRJ. A proibição de novas contratações gerou um déficit de 7.000 professores. Em contrapartida, sua gestão incentivou a proliferação sem critérios de universidades privadas. Já na Secretaria da Educação de São Paulo, Paulo Renato transferiu, via terceirização, para grandes empresas educacionais privadas a organização dos currículos escolares, o fornecimento de material didático e a formação continuada de professores. O Brasil não pode correr o risco de ter seu sistema educacional dirigido por interesses econômicos privados.
No comando do governo federal, o PSDB inaugurou o cargo de “engavetador geral da república”. Em São Paulo, nos últimos anos, barrou mais de setenta pedidos de CPIs, abafando casos notórios de corrupção que estão sendo julgados em tribunais internacionais. Sua campanha promove uma deseducação política ao imitar práticas da extrema direita norte-americana em que uma orquestração de boatos dissemina dogmas religiosos. A celebração bonapartista de sua pessoa, em detrimento das forças políticas, só encontra paralelo na campanha de 1989, de Fernando Collor.