segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Reputação e Caráter

As circunstâncias entre as quais você vive determinam sua reputação, a verdade em que você acredita determina seu caráter.

A reputação é o que acham que você é, o caráter é o que você realmente é.

A reputação é o que você tem quando chega a uma comunidade nova, o caráter é o que você tem quando vai embora.

A reputação é feita em um momento, o caráter é construído em uma vida inteira

A reputação torna você rico ou pobre, o caráter torna você feliz ou infeliz.

A reputação é o que os homens dizem de você junto à sua sepultura, o caráter é o que os anjos dizem de você diante de Deus.

...

"Você pode até me empurrar de um penhasco, que eu vou dizer:
E daí?! Eu adoro voar..."

domingo, 21 de fevereiro de 2010

"Antes do sol se pôr"

Alguém aí?
Ei,
Alguém ai,
Além do eco pode me escutar?
E além dele,
Alguém pode me dizer algumas palavras,
Que não sejam as minhas próprias?
Alguém pode perguntar ao infinito
Onde ele colocou
O marcador de páginas
que marcava o presente?
Oi!
Alguém ai em cima,
Pode me jogar
Alguma planta de raiz forte
Onde eu possa me apoiar
Pra que eu não caia?
Ei,
Tenho apenas uma mão
A outra se machucou quando rolei
Ladeira abaixo.
Alguém ai?
(Alguém ai?)
(Alguém ai?)
...
...
Algum deus de plantão
Que queira mostrar poder,
Poderia me levar para cima?
Já está anoitecendo
E não quero ficar apenas com uma mão
Aqui na escuridão.
Oi! (oi...oi...)
Você ai em cima,
Pode me ver?
E se pode me ver,
Pode me alcançar?
Meu braço está frágil.
Não sei quanto tempo mais agüentarei aqui.
Não, por favor,
Não pise em minha mão.
Não posso ver o que há lá embaixo,
E tenho medo.
Não, por favor, por favor,
Se você não pode me ajudar, não me derrube.
Por favor...tire essa pedra de cima da minha mão
Dói, dói.
O eco me abandonou
E não consigo ver seu rosto.
Sei apenas que não é bom.
Por favor...
Me deixe...
Naooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo
Eu não quero cair...
Algum deus por favor,
Alguma mão
Alguma nuvem macia pra que eu possa repousar.
.
.
.
Estranho,
Pareço voar.
Não alcanço o chão.
Meu corpo está leve,
E minhas mãos não doem mais.
Eu não estou caindo.
Sinto-me voar
para onde nasce a aurora.
Vê aquele arco-íris?
Não é uma aliança.
E, você,
Que colocou uma pedra em minha única mão,
Te aplaudo de pé
Hahaha!
Eu voei
E mesmo que não seja agora
Eu migrarei para o sul,
Pousarei na montanha,
E escrevei mais um capítulo,
Antes do sol se pôr.

Fabyola Gleyce

Ontem não fez luar

Vê aqueles pontos no céu?
São olhos de lua disfarçados de estrelas
Que nos observam.
A lua não apareceu ontem.
Deixou que a escuridão
Viesse sobre aqueles dois
Para que pudessem
Observar o rio de luz
Que corre debaixo daquele morro.
Vê essas luzes artificiais?
Se acendem e apagam
Num sincronismo imperfeito
Comandados por uma lei física.
Ontem não fez luar.
Fez frio, fez escuridão.
Não fez medo.
As estrelas traçavam um mapa
E pareciam indicar
A resposta de uma dúvida de tempos atrás.
Ontem a lua não apareceu.
Reverenciando os dois,
Fez com que se vissem apenas através
Da luz que emanava de cada um.

Fabyola Gleyce

Meu Blues

Empresta-me a nota
E eu te dou a letra
Você compõe a melodia
E eu dirijo as palavras.
Eu te dou minhas lágrimas
E você, o seu sorriso.
Eu te ofereço a Lua
E você, o Sol.
Puxa-me de volta
Pra minha realidade
E não deixe que a minha música
Termine com “Adeus”.
Faça-me o favor,
De abraçar-me vez ou outra
Vigiar meu sono
E espantar essa tristeza
Que as vezes me corrói
Embaçando-me a vista.
Estou fraca.
Traz-me de volta a vida
E eu te agradeço
Por não me deixar pegar
O último trem
Que só deixaria saudades.
Dê-me esse blues de presente
E deixarei minhas tristezas
Pra que as usemos apenas como
Uma poesia, sem refrão.

Fabyola Gleyce

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Quando o dia clarear

Ontem sonhei com um lugar
Onde eu podia guardar minhas emoções
E ser total senhora de mim mesma.
Sonhei que havia uma porta,
Pintada de preto,
E quando eu a abri,
Vi um homem e sua filha.
Ele a empurrava em uma bicicleta pequena
E ela sorria.
Ela me olhou,
Com um jeito inocente, e disse:
“Tia, eu machuquei meu joelho ontem,
mas olha como ele já sarou hoje”
o pai dela apenas me observava.
Sai do quarto e fui em direção
A um outro cômodo,
Pouco maior que o primeiro.
Vi uma menina em sua cama
Com febre e dores
E havia uma mulher
Que a observava sem fazer nada.
A menina estava descoberta,
Desprotegida e precisando de cuidados.
Sua mãe não a via.
A menina me disse
Que sua doença vinha de dentro,
E não era todos os que podiam notar.
Sua mãe não notava.
Curiosa então,
Perguntei porque eu a via doente.
E ela me disse apenas:
“Você sofre do mesmo mal”.
Não entendi bem,
apenas virei as costas e fui embora.
Vi um campo aberto
E um pássaro se debatendo
Tentando voar desesperadamente.
Vi que estava com as asas quebradas.
Mas ele não deixou que eu o curasse
Em sua pata esquerda havia um papel
Onde estava escrito
“Conserte suas asas primeiro”.
Deixei o pássaro ali.
Andando alguns metros,
Avistei uma menina
Sentada em um balanço
E estava parado.
Não havia ninguém para balançá-la.
Ela tinha em suas mãos uma caderneta e parecia
Escrever algo sem fim.
Não sei como, mas eu sabia seu nome.
A chamei, a gritei várias vezes.
Ela não me atendeu.
Quis balançá-la, simples menina
Parecida com um quadro virgem-pálido.
Quando me aproximei,
Ela se virou para mim,
E me olhando disse:
“Eu sou a parte de você,
Que você perdeu lá atrás,
Ao se entusiasmar com o topo da montanha
E se deprimiu ao ver como era árduo
O caminho até ele.
E vim te lembrar,
Que eu ainda estou aqui.
Eu sou a sua parte boa,
E carrego em mim a felicidade
Que você achou ter perdido.
Não se preocupe mais.
Amanhã seus olhos estarão secos,
E você não irá se entregar
E não se preocupe
Pois essa dor não é real.
Tudo é apenas sentimento
Canalizados de forma a parecerem fantasmas.
Não se preocupe.
Fantasmas não existem,
E você pode segurar a minha mão
No meio da noite,
Quando acordar assustada.
Lembre-se que tudo está em sua mente,
E que só haverão fantasmas,
Se dentro de você,
Você desenhá-los e lhes dar vida.
No mais, são só emoções.
Não pare seu caminho,
Pois tudo isso vai passar”
Desapareceu em seguida,
E eu, criança indefesa, só pude chorar.
A caderneta, ela deixou pra trás.
Não resistindo, peguei-a
E em meio páginas velhas
Li algo, o qual transcrevo agora
“...e que minha dor me sirva de inspiração hoje,
Porque será em cima dela
Que irei subir
Quando alcançar meus objetivos.
Que minhas lágrimas
Embacem meus olhos hoje.
Elas serão meus holofotes amanhã.
E que minhas angústias me sufoquem
Pois elas estarão na platéia,
Me aplaudindo de pé,
Logo de manhã,
Quando o dia clarear”

Fabyola Gleyce

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Apenas por escrever...

Pra começar, não sei como começar...estou escrevendo direto no blog ao invés de passar pelo word primeiro. Então, FODAM-SE os erros de português. Apenas por escrever...
Sei que dói, tem alguma coisa doendo aqui dentro de mim.
Eu sei oq que é, e sei que vai doer até que eu mesma tme a iniciativa de fazer parar...mas parece que gosto dessa hemorragia que existe dentro de mim...parece que tomei gosto por isso.
Hoje eu quero me fechar dentro do meu mundo. Do mudno que eu criei um dia, onde não existem fantasmas nem pesadelos. Porque assim, eu não precisarei acordar no meio da noite, gritando precisandod e um abraço. Proteção, preciso disso.
Sinto-me frágil, sinto que posso me quebrar a qualquer momento.
Sinto lágrimas brotando dentro de mim e de certa forma, sinto que elas me aquecem por dentro. Pareço gostar disso.
A solidão é algo que me faz bem.
A não espera por algo, o sentimento de poder me suprir me faz bem...
Como eu queria ter um óleo pra poder lubrificar algumas partes dentro de mim que parecem estar enferrujadas...mas o pior, é que eu gosto disso. Não sei se realmente gosto, mas é algo com o qual eu já me acostumei.
Não quero esperar nada. Não quero uma mão me abraçando. Não quero alguem com as mãos no meu rosto me dizendo "Não chora", não quero consolo, nem pena.
Queros entir todas as emoções na proporção em que virem. Quero me deprimir e chorar...apenas hoje. Amanhã o sol vai secar meus olhos...A proposito, ontem a lua não apareceu...
Eu não sei o que eu quero de mim. Não sei o que quero dos outros.
As vezes eu apenas quero um quarto vazio, escuro e uma cama macia com um clima frio. E quero todo o sono que existir. Sem acordar no meio da madrugada tentando decifrar o que é sonho e o que é realidade.
Apenas hoje, não quero pesadelos. Apenas hoje eu queria a minha figura materna que nunca tive. E apenas hoje, gostaria que meu pai não tivesse me abandonado.
Apenas hoje...amanhã eu estarei mais forte. Hoje, só hoje, eu não queria que doesse tanto.
Hoje, eu gostaria que alguém me regasse por dentro.
E delisgasse essa mpusica depressiva que soa em minha mente. Hje eu gostaria de despir a minha capa de auto-suficiencia que teimo em vestir de vez em quando, e voltar ao tempo em que eu tinha 5 anos e andava de bicicleta com alguem que não era meu pai.
Hoje eu queria sorrir. E não queria perder o controle.
Só hoje.

Fabyola Gleyce

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

EXPLODINDO DE FELICIDADEEEEEEEEEEE

NA BOA, ACHEI Q IRIA DEMORAR SECULOS PRA PUBLICAR ALGO ASSIM, MAS O FATO É QUE ESTOU EXPLODINDO DE FELICIDADE! SE EU PUDESSE GRITAR AOS QUATRO CANTOS DO UNIVERSO O QUANTO ESTOU FELIZ, EU GRITARIA!!!!
DEUS OBRIGADA!
JURO QUE SE TIVER UMA NOVA CHANCE, FAREI AS COISAS TODAS CERTINHAS!!!
MAS POR ENQUANTO ISSO QUE ACONTECEU, JÁ VALEU UMA VIDA!!!!
OBRIGADA PELA CLAREZA, PELA PACIENCIA, E PELA FORMA DE SABER LIDAR! OBRIGADA POR TUDO. PRINCIPALETE POR ESTAR FECHANDO ESSAS FERIDAS DENTRO DO MEU CORAÇÃO!
SEI QUE CRESCI, AGORA É SÓ A CHANCE PRA EU PROVAR ISSO! DE FORMA CERTA DESSA VEZ!

FODA-SE O RESTO DO MUNDO, PORQUE HOJE TODA A FELICIDADE QUE EXISTE CAIU EM CIMA DE MIM!

"Sei que me ouviste quando ajoelhei no chão
Pedi perdão e disse adeus ao homem triste
Vou me entregar a Ti
Por tudo que aconteceu
E pelo que há de vir
Quando segurou a minha mão
Finalmente eu soube que era o Deus vivo quem
Esteve lá quando estava só
Mais de uma vez, eu só quis ficar bem
E fique bem melhor
Quem me ensinou a amar...."

Rodox - Cego de Jericó

A Arte do YAKISSOBA

Se eu tivesse que responder em um segundo qual o meu hobbie, sem pensar duas vezes, eu responderia que é fazer yakissoba.
Não lembro de mais nada que me de tanto prazer do que fazer esse prato simples, mas de um gosto incrivelmente bom. Na verdade, pra mim o yakissoba tem um significado especial. Quem me ensinou essa arte foi a pessoa que mais amei em toda minha vida, mas que o destino levou pra longe.
Todos os detalhes na hora do preparo me lembram uma fala ou gesto desse meu amor, hoje platônico.
A começar pelos ingredientes: macarrão (“Fabyola, existe o macarrão próprio pra fazer yakissoba. Compre esse de pacote verde” – e apontava o macarrão em uma das prateleiras do supermecado ). Cenoura, cebola, repolho, pimentão (“Fabyola, se não tiver o pimentão de todas as cores, não tem graça. Pegue um vermelho, um verde e um amarelo. A gente corta ele em tamanho maior, porque eu sei que você não gosta”), couve-flor e brócolis (“Fabyola, a couve-flor e o brócolis tem época certa pra comprar. Eu gosto de comprar quando estão na época certa. Nesses supermecados a gente nunca encontra uns de aparência melhores. É melhor procurar em feiras, porque lá é tudo fresquinho”).
Depois era hora de escolher as carnes. “Fabyola, o ideal é ter os três tipos de carne:porco, boi e frango. Mas sem gordura por favor”.
Então vinha a hora de escolher o molho shoyu que sempre era o de embalagem de vidro “ Fabyola, não vamos comprar esse maior não, porque lá em casa tinha um vidro grande, mas como eu usava só vez ou outra, acabou estragando. E eu tenho tanta dó de ver as coisas estragarem por falta de uso. Fica lá na geladeira mofando porque eu nunca cozinho em casa”. E por fim vinha o detalhe que dava todo o diferencial: o óleo de gergelim “Esse óleo dá toda a diferença. Ele tem um gosto diferente sabe, que dá um toque diferenciado. Se a gente não usar esse óleo, não fica completo”. E eu atenta, ouvia e obedecia.
Pronto. Escolhíamos tudo perfeitamente calculado. Da forma que ele achava perfeito. Então íamos para a casa colocávamos um cd que ele sempre escolhia e íamos para a cozinha. Eu colocava o macarrão pra cozinhar, enquanto ele lavava os legumes. Eu picava a carne –“Fabyola, pique em tirinhas pequenas, pra que se misture bem com os outros ingredientes”, e ele picava os legumes. O pimentão em rodelas perfeitas, o repolho bem fininho, e os outros ingredientes em tamanho menor. Eu colocava a cenoura pra cozinhar, enquanto ele me mostrava orgulhoso a panela própria pra yakissoba que havia ganhado outrora. Eu o olhava com um sorriso nos lábios. Gostava de o ver feliz.
Então era hora de fritar as carnes. Sempre, claro, usando o óleo de gergelim pra dar o toque diferente. Então juntava o resto dos ingredientes enquanto ele, perfeccionista, escorria a água do macarrão que havia sido cozido. “Fabyola, o segredo é não deixar o macarrão cozinhar demais, senão ele fica muito mole e quebra todo quando a gente for misturar”.
Misturávamos tudo em sua panela mágica, e dosávamos bem o shoyu.
Servíamos nos nossos pratos simples, com talheres simples. E éramos felizes. O Yakissoba me traz essa lembrança boa, de um tempo perfeito. Ele me faz lembrar do sorriso lindo que via no rosto dele, e da sua sinceridade ao elogiar o tempero ou algo simples assim. É a minha comida preferida, pois me sinto perto dele quando cozinho.
Ele se foi. Fisicamente, saiu da minha vida. Mas continua aqui dentro, intacto, e que superou todas as ações do tempo. Ficou em meu coração de modo a tomá-lo por inteiro.
Fazer yakissoba é uma arte. E digo sem titubear que o melhor tempero que eu poderia usar, é sim o amor. O amor que fisicamente se foi. Mas que estará eternamente junto de mim.

FABYOLA GLEYCE

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

As lembranças e as nuvens

As lembranças são como as nuvens. Umas singelas, outras complexas, outras tênues, outras concretas.
As nuvens estão sempre no céu, esteja ele claro, chuvoso, bonito ou fechado. E sempre passam, embora existam aquelas que se estacionam de tal forma, que parecem fixas ali. O cenário pode mudar, mas elas continuam firmes ali. Firmes e intactas, até que um vento forte venha e as desfaça.
As nuvens apresentam-se sob diferentes formas. Depende do modo e no ângulo pelo qual você os observa. Algumas brancas, outras escuras. Outras de aparência simples e outras assustadoras.
E mesmo com as diversas formas, cores e solidez das nuvens, o céu continua o mesmo. Ele sabe que elas passam, e alterar sua estrutura inteira por algo passageiro simplesmente não vale a pena.
Assim é a nossa vida. Sempre vamos ter lembranças de diferentes formas. Umas tristes, outras alegres. Umas boas e outras ruins. E por mais que algumas delas machuquem, alterar a nossa vida por elas é bobagem, embora muito tentador.
As lembranças freqüentemente vêm de certo modo a parecerem eternas dependendo do momento em que nos encontramos. Pode ser a morte de um ente querido, um momento bom que foi vivido ou um amor que se foi. E o pior: elas não tem hora certa para aparecer. Nos incomodam a noite, durante o trabalho, durante a cerveja com amigos.
Mas...as lembranças passam. Por mais assustadoras ou tristes que pareçam, elas passam. E parar a vida por causa delas é algo que não se justifica.
O céu nunca força as nuvens a deixarem-no. Elas ficam o tempo necessário e depois passam. Ou apenas esvaecem.

FABYOLA GLEYCE

Na estrada

Estrada
Chão
Poeira
Beira
Curva
Terra
Serra
Amor

Cipó
Pôr-de-sol-em-fim-de–tarde
Mato seco
Água fria
Duas pernas
Duas rodas
Paisagem bela
Real sorriso
Bem estar
Bem querer
Vida simples
Cachoeira eterna
Vida-que-segue-como-estrada
Rio fazendo curva
Céu mudando cor
Água caindo sempre
Lua fazendo teatro
Nuvem passando ligeira
Três-Marias sorrindo
Grilo fazendo orquestra
Pausa para descansar
Coragem para continuar
Alcancei meu objetivo.
Semear-te-suave-a-memória-lembrando-te-assim-a-beira-do-rio-pagã-triste-e-com-flores-no-regaço.

FABYOLA GLEYCE

Pedrão da Gaita

Meu amigo Pedro
Da música
Do sertão
Da gaita
Do sorriso belo
Da pessoa simples
Da cachaça lá de São João
Da Europa e Tiradentes
De Ipatinga e da gente
Pedrão artista
De coração enorme
Que Guimarães teria
Prazer em conhecer.
Meu amigo Pedro,
Que é amigo de Manuelzão,
Faz da vida um rio
Às vezes reto, às vezes curvo,
Mas deixa a peteca cair não sô!
Do pudim de café
Da prosa boa
Do blues bem tocado
Artista-nato-simples
Que conserva o sertão em si
Mas divide sua música com o mundo
E que hoje, eu
Poeta humilde,
O defino nessas linhas tortas
Carinhosas e sem métrica.
Mas que coloco todo carinho
Que tenho por você.

Fabyola Gleyce