quarta-feira, 10 de abril de 2013

Palavras ao amigo José Célio de Souza


José Célio de Souza. Nome este importante no cenário jornalístico do Vale do Aço. E pra mim, profissionalmente falando, o maior diretor de redação também.
O que poderia eu, humilde escriba, escrever sobre uma pessoa de tal significância?

Não vou atrever-me a descrevê-lo, mas ousarei tentar definir apenas uma parte do seu nome.
José. E isso basta.

"Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum, 
sua biblioteca, 
sua lavra de ouro, 
seu terno de vidro, 
sua incoerência, 
 seu ódio - e agora?”

José na Bíblia se tornou um líder. E você na minha vida José, ou melhor, Zé Célio, se tornou alguém que me fez subir vários degraus na escada da sabedoria.

Estou agora em Milho Verde, sentada na grama e fitando ao longe a Serra do Espinhaço.
Tais palavras que escrevo perturbaram-me durante a noite e cá estou eu dando vida e parágrafos a elas.

Ah, Zé Célio...
Imagino você sentado ao meu lado agora me contando sua história de vida.

Certa vez perguntou-me você: “Que dia irá escrever um poema pra mim?”. Eu não me esqueci. Embora não seja um poema, é um texto sem métricas, sem predefinição, assim como teria sido nossa adolescência, se tivéssemos nascidos na mesma época.
Imagino nós, tomando uma cerveja barata em um barzinho qualquer, ouvindo “A Hora Vargas”, aproximadamente as seis da tarde, e cochichando baixo sobre a estupidez do governo da época.
“Eu vivi a história, Fabyola”. E essa foi uma de suas frases que até hoje martela na minha mente.

Migrando de volta para o presente, sentada aqui na grama, imagino como estaríamos falando sobre nossas músicas e cineastas preferidos, fazendo análise de letras e olhando o tempo, que estaria parado.
E seríamos apenas dois seres compartilhando experiências e fazendo, talvez, planos de virar hippies.

Poderia jurar que se eu pudesse voltar ao tempo e ir lá para 69, eu faria o impossível para que fossemos os dois ao Woodstock, ver a Janis e o Santana pirarem em cima  do palco.

Digo com todo o orgulho que o tempo que trabalhamos juntos, eu fui uma eterna aprendiz, embora não compreendesse como comportava tanta sabedoria em uma só pessoa.
As horas passadas, trabalhadas junto ao som de um bom heavy metal não serão esquecidas.
As várias vezes que vi você dar uma verdadeira lição de mestre através do seu silêncio, também ficarão guardadas.
As nossas confidências, os meus desabafos, sua percepção... é, isso deixou saudades.

Não escrevo isto a um diretor de redação. Escrevo a um amigo muito querido, uma pessoa de espírito eternamente jovem e sábio e que sem receio nenhum o compartilha com o mundo.

Perdoe-me as vírgulas fora de lugar, os erros de português. Ah...quer saber? Foda-se isso tudo!
Ziraldo certa vez disse que preferia aprender sem a gramática, então que isso tudo aqui esteja em discordância gramatical mesmo!


Obrigada por tudo, e saiba que tenho lido o Pasquim!
Só consegui pensar o título. O resto o coração me ditou.

Fabyola Gleyce

(Escrito em Maio/2011, em Milho Verde-MG)

Um comentário:

  1. Cara Fabyola,

    Você pergunta se eu ainda lembro de você. Como poderia esquecer pessoa tão inteligente, sensível e bonita? Claro que nunca esquecerei de você. Fiquei muito emocionado com suas palavras e o seu lindo poeminha. Estou só dando um alô. Irei responder à altura quando estiver bem inspirado, sacou? Não vai demorar, não. Um abração do tamanho da beleza de Milho Verde.

    Zé Célio

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